Primeiro de tudo: isso aqui não é um prato instagramável. É um soco de sabor com história. Um prato que veio da panela da mãe direto pra mesa do Ow, e sem passar por agência de branding, sem nome em francês e, com certeza, sem pressa.
O parmegiana do Ow não nasceu. Ele foi herdado. Foi vivido.
É receita de família daquelas que não escrevem nada porque “se você não sabe fazer, não era pra saber mesmo”.
O molho é grosso. E grosso mesmo. Chega invadindo o prato, cobrindo tudo, colando na carne, na memória, na camisa clara que você resolveu usar no dia errado. E não adianta vir com toque de manjericão orgânico.
Aqui o tempero é outro: tempo, história e dedo de quem aprendeu fazer.
O bife? Nada de crostinha delicada. É casca de quem aguenta o tranco. Macio por dentro. Forte por fora. Igual quem ensinou essa receita pra gente.
Por cima, o queijo derrete e estica de um jeito sem forma, só derretendo e esticando mesmo, e a gente não só aceita, como aplaude. Porque aqui o queijo escorre. Não posa.
E o mais importante: ninguém aqui tentou “repaginar” nada. A gente só entendeu que tinha uma coisa boa demais pra mexer. Então respeitou.
A real é que esse parmegiana não quer ser amado por todos. Ele quer ser lembrado por quem sabe o que é comer de verdade. Não veio pra agradar. Veio pra marcar. Pra fazer você ficar quieto na terceira garfada. Pra te lembrar que o melhor da comida sempre foi o que acontece fora do feed.
A gente postou porque pediram. Mas se fosse por ele, tava era no fogo, não na internet, no blog, no Instagram.
Então lê com calma. Ou melhor: pede logo. Porque o texto é bom, mas o molho…
O molho é outra conversa.